Todos os
investimentos necessários foram feitos após o saneamento financeiro da Cooperativa
(o grande endividamento que se refinanciava todo ano), e por isso os projetos
de novos investimentos, em face da crise (há muito alardeada em outros países e
que fatalmente chegaria, como efetivamente atingiu o nosso país, mormente desde
2014), tiveram de ser procrastinados. Várias novas medidas, por outro lado, então
(desde o início de 2014), precisaram ser tomadas: Redução e contenção de
despesas; Tomada de empréstimos de longo prazo; Exportação de produtos (para
ampliação de mercado e criação de demanda); Melhoramento de logística (para
evitar gastos com movimentações de produtos); Criação de depósito próprio
(expurgando gastos com locações e movimentações); Aquisições de insumos antes
da alta do dólar; Trabalhar com pouco estoque e dentro dos orçamentos
projetados; Cobrança dos inadimplentes, etc.
Algumas
ações precisaram ser implementadas para adequar a Cooperativa ao mercado, e
para não haver descasamento entre a entrada de dinheiro e pagamento, como a
cobrança à vista nos postos de combustíveis e redução dos prazos nas vendas de
insumos. Ora, se os fornecedores pedem o pagamento adiantado (combustível) ou
com prazo menor (insumos) não há como a Cooperativa financiar esse prazo (até a
época da colheita), sob pena de estar pagando para vender (pagar para
trabalhar). Ou seja, a Cooperativa precisar gerar resultado positivo.
Na crise,
como dito em outra ocasião, é a oportunidade para soluções porque permite
àqueles que estão sob pressão de mostrar novas habilidades, mas dentro de uma Cooperativa
os riscos precisam ser bem calculados para que não se volte àquele passado
conturbado de endividamento sem fim.
É preciso
que os Cooperados compreendam e sintam-se, como donos que são, na condição e no
momento de contribuir, seja comprando, entregando a sua produção, seja
promovendo mudanças em seus hábitos, pagando em dia (para não prejudicar o
fluxo de caixa), seja entendendo as mudanças e adequações ao mercado,
promovidas pela cooperativa. Felizmente a maioria dos Cooperados costuma honrar
seus compromissos.
Os 53 anos
da Copagra, completados no dia 18 de novembro deste ano, demonstram que houve
confiança para que a Cooperativa pudesse alcançar esse tempo de existência, e
isso é motivo de comemoração e regozijo.
Mas a Cooperativa não sobrevive somente de credibilidade, é preciso também
atitude do cooperado, ajudando e participando de forma contributiva com o
resultado.
Não basta
reclamar, também é necessário apontar os caminhos, concorrer ao lado para
promover o desenvolvimento da sua empresa. Sim, porque o Cooperado sendo o dono
da Cooperativa deve estar sempre apoiando, somando e multiplicando seu próprio
negócio!
Jonas Keiti Kondo
Diretor Presidente da Copagra