terça-feira, 1 de dezembro de 2015

CENÁRIOS E TENDÊNCIAS NA COPAGRA

Medidas efetivamente acauteladoras precisam ser tomadas, mudando o planejamento estratégico, alterando o modelo de gestão, em face desse novo tempo em que a crise afeta o país e o mundo, aliado aos vários escândalos que desnortearam o capital das empresas públicas brasileiras, tendo, como corolário, o acirramento cada vez maior da gula do governo em  contribuições financeiras (buscar soluções) com a classe produtiva. No Brasil quando as contas não fecham penaliza-se a classe empresarial e trabalhadora com novas arrecadações.  

Quando o dinheiro é parco, muda-se o sentido da demanda. O homem passa a consumir menos e somente bens de subsistência.  Um bem de subsistência é aquele somente substituído se o outro perde a funcionalidade, enquanto o bem de status, há novo consumo mesmo ainda estando perfeito o bem antigo, ou seja, a compra se dá apenas pela tendência, novo modelo, etc.  No período de instabilidade financeira o supérfluo passa a ser ignorado.  Por isso a mudança de mentalidade empresarial também precisa ser restruturada.

O maior desafio das cooperativas brasileiras nesse tempo de crise é a capitalização de recursos, portanto. Embora o governo federal anuncie recursos disponíveis nas instituições financeiras para a agricultura com juros subsidiados não é o que ocorre de fato no mercado. Para ser mais competitiva a cooperativa precisa de recursos disponíveis com juros menores. Não se deve olvidar que a cooperativa financia o cooperado (agricultor que normalmente paga somente após a colheita, e não havendo como buscar os financiamentos agrícolas a cooperativa não tem como também entregar e bancar os insumos para receber depois). Se a cooperativa tiver de procurar recursos no mercado financeiro (sem os chamados juros agrícolas), terá de repassar na mesma base ao cooperado e isso tornará impraticável seu plantio (cultivo e colheita). A nova política agrícola pode gerar escassez de alimentos no futuro.    

Em razão disso é preciso que as cooperativas organizem-se e reprogramem todo o seu planejamento estratégico, faca a readequação das estruturas organizacionais, de forma a enfrentar essa escassez de recursos, adiando os investimentos, enxergando as novas demandas, reduzindo bastante seus custos operacionais (o que implica também, fatalmente, até em redução de quadros e estruturas), investindo mais no potencial humano (capacitação de  gestores e colaboradores), melhorando qualidade de atendimento, diversificando seu portfólio de produtos, inovação,  novos mercados consumidores (inclusive exportação), implementar novas estratégias, buscando novas idéias com geração de maior renda. Ou seja, a crise financeira também fomenta o surgimento de novidades. Aliás, as maiores invenções da humanidade surgiram pela necessidade em época de crise.

Outro desafio é conciliar o interesse da cooperativa, o interesse do cooperado e o interesse dos fornecedores. O cooperado embora dono da cooperativa, na maior parte das vezes, esquece desse detalhe e somente procura o melhor preço na cooperativa. Olvida-se dos demais benefícios recebidos numa cooperativa, como a entrega do produto, a assistência técnica, a qualidade do atendimento, etc.

A cooperativa teve de adaptar-se às leis de mercado para ser competitiva e eficiente, equilibrando-se entre as áreas econômicas e sociais.

As principais variáveis a serem observados no ambiente interno de uma cooperativa  são as deficiências e qualidades, isto é, pontos fracos e pontos fortes. Fraqueza é aquilo que precisa ser melhorado e orça é aquilo que se faz de melhor. Aquelas precisam ser superadas e estas enaltecidas. Vencer ou dominar uma desvantagem e melhorar a vantagem devem ser as metas. No ambiente interno estão os recursos humanos, prestação de serviços, área de tecnologia de informação, financeira e comercial, etc.

No ambiente externo estão os cooperados (como clientes), clientes (terceiros), fornecedores, parceiros, concorrentes, etc. E as variáveis sãos as ameaças e oportunidades. As ameaças são os fatores externos que podem prejudicar o negócio. Oportunidades são os fatores externos que o mercado apontam para um novo seguimento, tipo ou  nova forma de negócio.

A forma de utilização dessas variáveis vai definir o impacto no mercado. O tempo é fator de importância nas gestão das cooperativas porque implica em cumprimento de prazos, em planejamentos, em organização, em adequação, para realização de atividades, observando com antecedência a entrega, prevendo a ocorrência de eventualidades que possam dificultar no sucesso de uma empreitada.

Para se obter uma vantagem competitiva é preciso usar estratégia de oferecer algo diferenciado, sustentável, que outros não possam imitar ou copiar.

Diversa é a vantagem corporativa que refere-se a forma de organização do trabalho, possibilitando pessoas com menos condições de trabalho no mercado, de capacidades diferentes, possam  aumentar sua competitividade, num ambiente corporativista com princípios norteadores de valores e reconhecimento. No corporativismo o individualismo cede lugar ao grupo. A soma de competências, conhecimentos, fortalecem o poder em equipe.

Para entender o mercado é necessário que se estude, avalie tudo, produtos, preços, concorrentes, enfim, aquilo que possa contribuir/influenciar nas alterações do cenário analisado de um determinado seguimento, podendo antever a propensão das eventuais novas tendências.


O conhecimento de mercado faz com que decisões assertivas sejam implementadas junto ao cooperado, fazendo com que este venha a compreender a motivação das mudanças para adequações ao novo tempo de escassez de recursos e nova forma de atuação para que a cooperativa possa continuar sua atividade, dentro dos novos parâmetros que o momento impõe. 

Jonas keiti Kondo
Diretor Presidente da Copagra

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