Medidas efetivamente acauteladoras
precisam ser tomadas, mudando o planejamento estratégico, alterando o modelo de
gestão, em face desse novo tempo em que a crise afeta o país e o mundo, aliado
aos vários escândalos que desnortearam o capital das empresas públicas
brasileiras, tendo, como corolário, o acirramento cada vez maior da gula do
governo em contribuições financeiras
(buscar soluções) com a classe produtiva. No Brasil quando as contas não fecham
penaliza-se a classe empresarial e trabalhadora com novas arrecadações.
Quando o dinheiro é parco, muda-se o
sentido da demanda. O homem passa a consumir menos e somente bens de
subsistência. Um bem de subsistência é
aquele somente substituído se o outro perde a funcionalidade, enquanto o bem de
status, há novo consumo mesmo ainda estando perfeito o bem antigo, ou seja, a
compra se dá apenas pela tendência, novo modelo, etc. No período de instabilidade financeira o
supérfluo passa a ser ignorado. Por isso
a mudança de mentalidade empresarial também precisa ser restruturada.
O maior desafio das cooperativas
brasileiras nesse tempo de crise é a capitalização de recursos, portanto.
Embora o governo federal anuncie recursos disponíveis nas instituições
financeiras para a agricultura com juros subsidiados não é o que ocorre de fato
no mercado. Para ser mais competitiva a cooperativa precisa de recursos
disponíveis com juros menores. Não se deve olvidar que a cooperativa financia o
cooperado (agricultor que normalmente paga somente após a colheita, e não
havendo como buscar os financiamentos agrícolas a cooperativa não tem como
também entregar e bancar os insumos para receber depois). Se a cooperativa
tiver de procurar recursos no mercado financeiro (sem os chamados juros agrícolas),
terá de repassar na mesma base ao cooperado e isso tornará impraticável seu
plantio (cultivo e colheita). A nova política agrícola pode gerar escassez de
alimentos no futuro.
Em razão disso é preciso que as
cooperativas organizem-se e reprogramem todo o seu planejamento estratégico,
faca a readequação das estruturas organizacionais, de forma a enfrentar essa
escassez de recursos, adiando os investimentos, enxergando as novas demandas,
reduzindo bastante seus custos operacionais (o que implica também, fatalmente,
até em redução de quadros e estruturas), investindo mais no potencial humano
(capacitação de gestores e
colaboradores), melhorando qualidade de atendimento, diversificando seu
portfólio de produtos, inovação, novos
mercados consumidores (inclusive exportação), implementar novas estratégias,
buscando novas idéias com geração de maior renda. Ou seja, a crise financeira
também fomenta o surgimento de novidades. Aliás, as maiores invenções da
humanidade surgiram pela necessidade em época de crise.
Outro desafio é conciliar o interesse da
cooperativa, o interesse do cooperado e o interesse dos fornecedores. O
cooperado embora dono da cooperativa, na maior parte das vezes, esquece desse
detalhe e somente procura o melhor preço na cooperativa. Olvida-se dos demais
benefícios recebidos numa cooperativa, como a entrega do produto, a assistência
técnica, a qualidade do atendimento, etc.
A cooperativa teve de adaptar-se às leis
de mercado para ser competitiva e eficiente, equilibrando-se entre as áreas
econômicas e sociais.
As principais variáveis a serem observados
no ambiente interno de uma cooperativa
são as deficiências e qualidades, isto é, pontos fracos e pontos fortes.
Fraqueza é aquilo que precisa ser melhorado e orça é aquilo que se faz de
melhor. Aquelas precisam ser superadas e estas enaltecidas. Vencer ou dominar
uma desvantagem e melhorar a vantagem devem ser as metas. No ambiente interno
estão os recursos humanos, prestação de serviços, área de tecnologia de
informação, financeira e comercial, etc.
No ambiente externo estão os cooperados
(como clientes), clientes (terceiros), fornecedores, parceiros, concorrentes,
etc. E as variáveis sãos as ameaças e oportunidades. As ameaças são os fatores
externos que podem prejudicar o negócio. Oportunidades são os fatores externos
que o mercado apontam para um novo seguimento, tipo ou nova forma de negócio.
A forma de utilização dessas variáveis vai
definir o impacto no mercado. O tempo é fator de importância nas gestão
das cooperativas porque implica em cumprimento de prazos, em planejamentos, em
organização, em adequação, para realização de atividades, observando com
antecedência a entrega, prevendo a ocorrência de eventualidades que possam
dificultar no sucesso de uma empreitada.
Para se obter uma vantagem competitiva é
preciso usar estratégia de oferecer algo diferenciado, sustentável, que outros
não possam imitar ou copiar.
Diversa é a vantagem corporativa que
refere-se a forma de organização do trabalho, possibilitando pessoas com menos
condições de trabalho no mercado, de capacidades diferentes, possam aumentar sua competitividade, num ambiente
corporativista com princípios norteadores de valores e reconhecimento. No corporativismo
o individualismo cede lugar ao grupo. A soma de competências, conhecimentos,
fortalecem o poder em equipe.
Para entender o mercado é necessário que
se estude, avalie tudo, produtos, preços, concorrentes, enfim, aquilo que possa
contribuir/influenciar nas alterações do cenário analisado de um determinado
seguimento, podendo antever a propensão das eventuais novas tendências.
O conhecimento de mercado faz com que
decisões assertivas sejam implementadas junto ao cooperado, fazendo com que
este venha a compreender a motivação das mudanças para adequações ao novo tempo
de escassez de recursos e nova forma de atuação para que a cooperativa possa
continuar sua atividade, dentro dos novos parâmetros que o momento impõe.
Jonas keiti Kondo
Diretor Presidente da Copagra
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